Telefonia no Brasil viverá período de consolidação
O presidente da ANATEL, Renato Navarro Guerreiro, acredita que,
nos próximos dias, o texto referente às normas que serão a base dos
contratos para as empresas candidatas a oferecer novos serviços de
telefonia fixa no país será publicado. E aposta no início real da
concorrência na telefonia fixa com a ampliação da atuação das atuais
operadoras e com a entrada de seis novos investidores. Todos, porém, já
atuam no país no segmento de telecomunicação corporativa.
Entre as operadoras, por enquanto, quatro enviaram à ANATEL os
documentos que informam a antecipação das metas de universalização de
2003, passaporte para reivindicarem licença para atuar fora das atuais
áreas de concessão oferecendo tanto telefonia fixa local como longa
distância.
Guerreiro disse que o desafio em 2002 será
o cuidado no processo de consolidação das empresas, que "precisa ser
acompanhado com cuidado para manter a competição, não permitindo a
formação de cartéis e oligopólios". Mas o órgão regulador estará voltado
também para o futuro, uma vez que os contratos de concessão expiram em
2005. "O primeiro passo será termos uma noção muito clara do cenário das
telecomunicações no futuro. O mesmo trabalho que fizemos em 1996,
desenhando um cenário até 2005. Agora, vamos começar a fazer para até
2010. Iremos revisar todos os conceitos de serviços de telecomunicações.
Mas é certo que vai haver obrigações de universalização no futuro.
Diferentes das atuais, como a exigência de instalar um telefone
público ou disponibilizar uma linha em determinado prazo. Vamos precisar
desenhar como serão os serviços e entender meios para fixar um plano de
metas".
O fato de quatro empresas já terem informado
que anteciparam as metas, de acordo com Guerreiro, não significa que
terão logo a licença, mas tampouco é intenção da ANATEL negar a
concessão de novas áreas de atuação: "Equipes de fiscais da ANATEL estão
em campo e auditores independentes vêm realizando as verificações e
realimentando as empresas com informações do que não foi cumprido. Não
há na ANATEL nenhum interesse em cancelar nada; a idéia é alavancar o
processo e ir emitindo as licenças para as operadoras que forem sendo
liberadas".
Para quem pensa que vêm por aí leilões
com lances de milhões de reais, convém esclarecer que o processo de
abertura do mercado é diferente do de privatização. "O valor da licença
não é importante", disse Guerreiro, deixando claro que a proposta é
estimular a concorrência e que o valor de uma licença não está definido.
No universo atual em que os recursos para o setor estão mais difíceis,
Guerreiro está otimista com a venda de licenças nas faixas de freqüência
das bandas D e E, na telefonia celular: "As áreas foram todas
picotadas". Isso facilita a venda. "Haverá algumas vendidas, outras
não", finalizou.Heloisa Magalhães. "Finanças". In: Valor, 9/1/2002 (com adaptações).Considerando
o texto e o disposto na LGT, em especial a definição de que
telecomunicação é a transmissão, emissão ou recepção - por fio,
radioeletricidade, meios ópticos ou qualquer outro processo
eletromagnético - de símbolos, caracteres, sinais, escritos, imagens,
sons ou informações de qualquer natureza, julgue o item a seguir, com
base na legislação pertinente.A avaliação dos cenários possíveis para o setor de telecomunicações poderá acarretar uma reorganização das superintendências da ANATEL, que deverão orientar-se funcionalmente para valores como universalização, competição e qualidade, o que depende de alteração na LGT.
Certo
Errado